domingo, 27 de fevereiro de 2011

DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA - CRÔNICA

São 7h00.O despertador canta de galo e eu não tenho
 forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão
 cansada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero
ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até.
Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando o com
 eles, se tivesse cachorro, passeando pelas
 redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem.
 Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado?
 Brigadeiro... Tudo menos sair da cama,engatar uma
primeira e colocar o cérebro pra funcionar.
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a  matriz
 das feministas que teve a infeliz idéia de
 reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso
conosco que nascemos depois dela.
Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós,
elas
passavam o dia a bordar, trocar receitas com as
amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e
 temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros
das bibliotecas,dos maridos, decorando a casa,
podando árvores, plantando flores,colhendo
legumes
  das hortas, educando as crianças, freqüentando
 saraus, a vida era um grande curso de
artesanato,
 medicina alternativa e culinária.
Aí vem uma fulaninha qualquer, que não gostava de
 sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina
 várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias
 mirabolantes sobre" vamos conquistar o nosso
 espaço". Que espaço, minha filha?Você já tinha a
 casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés.
 Detinha o domínio completo sobre os homens, eles
 dependiam de você para comer, vestir, e esse exibir
 para os amigos, que raio de direitos requerer?
 Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem
 mais que papéis desempenhar na sociedade,
fugindo de
 nós como o diabo foge da cruz. Essa brincadeira de
 vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso
sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.
 Antigamente, os casamentos duravam para sempre,
 tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e
 olhe lá, porque naquela época não existia
Bernard do
 vôlei. Por quê, me digam por quê um sexo que tinha
 tudo do bom e do melhor, que só precisava ser
frágil, foi se meter a competir com o macharedo?
Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho
do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo.
 Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário
de
fazer escova, maquiar, passar hidratantes,escolher
que roupa vestir, e que sapatos, acessórios usar.

 Que perfume combina com meu humor, nem de ter que
 sair correndo. Ficar engarrafada, correr risco de
  ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia
reta na frente do computador, com o telefone no
   ouvido, resolvendo problemas.
    Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar
      sempre em forma, sem estrias, depiladas,
sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no
       currículo impecável, recheado de mestrados,
       doutorados, e especificações
       (ufffffffffffffffffff!!!!!!!)...

       Viramos super mulheres, continuamos a ganhar
menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado
 fazendo
      tricô na cadeira do balanço?

       Chega, eu quero alguém que pague as minhas
contas,
abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para
 eu
       sentar, me mande flores com cartões cheios de
       poesia, faça serenatas na minha janela (ai, meu
       Deus, já são 7:30h, tenho que levantar!), e tem
       mais, que chegue do trabalho, sente no meu sofá,
      coloque os pés pra cima e diga "meu bem, me traz
          uma
         dose de café, por favor?",
Descobri que nasci para servir. Vocês pensam que
      eu to ironizando? To falando sério! Estou
      abdicando do meu posto de mulher moderna....
Troco
       pelo de Amélia, Alguém se habilita?

      (Autora Desconhecida, mas SÁBIA) !!!!

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